Discípulo do Mestre de Nazaré e também escritor, articulista, professor e administrador (detalhes).

terça-feira, 15 de agosto de 2017

O som do Espírito Santo

O Espírito Santo não faz caso de aparências e dispensa apresentações. Às vezes nos esquecemos disso e damos mais valor à posição, aos títulos e às falas, do que à revelação do Espírito. Quando Ananias e Safira mentiram a Pedro, a verdade não ficou oculta ao Espírito Santo (Atos 5:1-11), que revelou ao apóstolo a verdade. E quem mais pode nos guiar em toda a verdade, senão o Espírito Santo? Quem tem o Espírito de Deus consegue discernir tudo com muita naturalidade (ainda que seja um dom sobrenatural). 

O espiritual, diz a Bíblia, discerne tudo muito bem, mas de ninguém é discernido. O discernimento como dom do Espírito é bem diferente de dedução lógica, intuição ou outro tipo qualquer de percepção humana. Nada contra os dons naturais, os quais precisam ser santificados para uso honroso, mas os dons espirituais são incontamináveis. "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus" (Romanos 8:14).

"O Espírito do Senhor repousará sobre ele, o Espírito que dá sabedoria e entendimento, o Espírito que traz conselho e poder, o Espírito que dá conhecimento e temor do Senhor. E ele se inspirará no temor do Senhor. Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu. Mas com retidão julgará os necessitados, com justiça tomará decisões em favor dos pobres. Com suas palavras, como se fossem um cajado, ferirá a terra; com o sopro de sua boca matará os ímpios. A retidão será a faixa de seu peito, e a fidelidade o seu cinturão" (Isaías 11:2-5 - NVI). 

"E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Romanos 8:9b).
 

O Espírito é que dá sabedoria, que traz conselho e poder, que nos faz conhecer coisas grandes e ocultas que naturalmente não sabemos, que nos ensina o temor do Senhor (e este é o princípio fundamental da boa existência no sentido mais holístico da palavra). Não julgar pela aparência nem de ouvidos... e que homem ou governante está imune a tais desvios?
 

Ora, sem a capacitação do Espírito de Deus todo o nosso juízo é parcial e falho, uma vez que é afetado por nossas percepções carnais. Este também é um dos motivos porque Jesus recomenda: "Não julgueis". Em essência, o juízo pertence a Deus, o único Onisciente. Todo juízo humano é temerário, porque não sabemos tudo, por mais bem informados que estejamos. Somente o Senhor sonda os corações.
 

Por isso mesmo é que o Senhor Jesus disse que o Pai havia entregue a ele todo o Juízo (João 5:22) e de que modo o recebera? Quando João viu o Espírito Santo como pomba (re)pousar sobre Jesus estava vendo justamente o sinal da profecia de Isaías se cumprindo diante dos seus olhos. João ficou atemorizado e não queria batizar a Jesus. "Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu" (Mateus 3:15).
 

O cumprimento da Justiça é um sinal do reino messiânico. O justo juízo, com "retidão" e "fidelidade", somente será cumprido quando o Reino de Deus for estabelecido de forma definitiva. Mas esse Reino que não terá fim já começou no seio da Igreja, pelo ministério do Espírito. E neste sentido, entendamos, "não vem o reino de Deus com visível aparência. [...] Porque o reino de Deus está dentro de vós." (Lucas 17:20,21).
 

"E Jesus terminou, dizendo: Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam" (Marcos 4:9). "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" (Apocalipse 2:29; 3:6,13,22).

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