Discípulo do Mestre de Nazaré e também escritor, articulista, professor e administrador (detalhes).

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O pecado além do óbvio

Ser crente é uma coisa, ou ter cargo eclesiástico, mas ser de Deus é outra. Nem todos os que dizem "Senhor, Senhor!" entrarão no Reino de Deus. Uma coisa é ter religião, outra coisa é ter o Espírito Santo. 


E muitos já foram ludibriados pelo engano do pecado [que domina a carne] e não sabem. E pecado, neste contexto, não é apenas o ato ilícito, ou a omissão de fazer o bem, mas a entronização do ego, a tentação do poder, o desejo de ser tido como importante, pertencer a uma classe de poucos iniciados, participar de rituais secretos, ostentar privilégios, etc. Talvez por isso é que muitos homens (e alguns que se dizem cristãos) sintam-se tão tentados a fazer parte de grupos secretos, ordens, associações ocultistas e tantos outros grupos fechados que misturam religião, filosofia e trabalho.

Por trás disso tudo está o coração exaltado, inflado e insuflado pelo Pai da Mentira. Afinal, o mundo jaz no Maligno. E "ser grande" neste mundo é um valor, um diferencial perseguido. "Mas vós não aprendestes assim a Cristo" (Efésios 4:20). "Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos" (Marcos 10:43-45).
A verdade é que o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos (2 Coríntios 4:4); não entendem, não alcançam, não enxergam; "todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis" (Romanos 3:12a). Buscam honra entre os homens e não a que vem de Deus. Querem glória para si; porém não glorificam a Deus.

Mas quando soprar o hálito do Todo-Poderoso, que homem ou erva subsistirá? "Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor" (1 Pedro 1:24). "Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o Espírito do Senhor. Na verdade o povo é erva" (Isaías 40:7).

Portanto, "sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar, ao qual resisti firmes na fé [...]" (1 Pedro 5:8,9).

domingo, 20 de outubro de 2013

Trabalho e Prosperidade

Trabalhador de Engenho - Fortaleza/CE (fazendo rapadura de cana): foto tirada em 16/05/2013.
TRABALHO E PROSPERIDADE: "A bênção do Senhor é que enriquece; e não traz consigo dores" (Provérbios 10:22). "O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta" (1 Samuel 2:7). Ainda que o trabalho diligente tenha a sua justa recompensa e que nos permita angariar alguns recursos, e mesmo que alguns poucos privilegiados cheguem a obter alguma fortuna, materialmente falando, não é este o propósito do trabalho e nem esta é a regra. O trabalho enobrece o homem, ajuda a construir o seu caráter e nos garante (ou deveria garantir) um salário digno ["Digno é o obreiro do seu salário": 1 Timóteo 5:18]. Usufruir as benesses do trabalho é um dom de Deus: "E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus" (Eclesiastes 3:13).
Mas A BÊNÇÃO DO SENHOR É QUE ENRIQUECE!!! O mesmo Deus que exalta, também abate; "ele fere, e as suas mãos curam" (Jó 5:18). Não há uma relação direta entre trabalho e prosperidade, à parte [fora] da bênção divina. A mão do diligente prospera quando Deus abençoa. É por isso que devemos honrar a Deus com o nosso melhor, oferecer-lhe as primícias do nosso fruto, atitude esta que demonstra nosso reconhecimento da bondade e da providência do Senhor: "O Senhor é o meu pastor e [por isso mesmo] nada me faltará" (Salmos 23:1).
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Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem" (Salmos 127:1-2).
PROSPERIDADE: "E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão [...] ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha. E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José" (Gênesis 39:2-5). Não esqueçamos: O ABENÇOADOR é Deus!!!

sábado, 12 de outubro de 2013

Sabedoria, Justiça, Discernimento: Tudo pelo Espírito

O Espírito Santo não faz caso de aparências e dispensa apresentações. Às vezes nos esquecemos disso e damos mais valor à posição, aos títulos e às falas, do que à revelação do Espírito. Quando Ananias e Safira mentiram a Pedro, a verdade não ficou oculta ao Espírito Santo (Atos 5:1-11), que revelou ao apóstolo a verdade. E quem mais pode nos guiar em toda a verdade, senão o Espírito Santo? Quem tem o Espírito de Deus consegue discernir tudo com muita naturalidade (ainda que seja um dom sobrenatural). O espiritual, diz a Bíblia, discerne tudo muito bem, mas de ninguém é discernido. O discernimento como dom do Espírito é bem diferente de dedução lógica, intuição ou outro tipo qualquer de percepção humana. Nada contra os dons naturais, os quais precisam ser santificados para uso honroso, mas os dons espirituais são incontamináveis. "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus" (Romanos 8:14).
"O Espírito do Senhor repousará sobre ele, o Espírito que dá sabedoria e entendimento, o Espírito que traz conselho e poder, o Espírito que dá conhecimento e temor do Senhor. E ele se inspirará no temor do Senhor. Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu. Mas com retidão julgará os necessitados, com justiça tomará decisões em favor dos pobres. Com suas palavras, como se fossem um cajado, ferirá a terra; com o sopro de sua boca matará os ímpios. A retidão será a faixa de seu peito, e a fidelidade o seu cinturão" (Isaías 11:2-5 - NVI). "E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Romanos 8:9b). 
O Espírito é que dá sabedoria, que traz conselho e poder, que nos faz conhecer coisas grandes e ocultas que naturalmente não sabemos, que nos ensina o temor do Senhor (e este é o princípio fundamental da boa existência no sentido mais holístico da palavra). Não julgar pela aparência nem de ouvidos... e que homem ou governante está imune a tais desvios?
Ora, sem a capacitação do Espírito de Deus todo o nosso juízo é parcial e falho, uma vez que é afetado por nossas percepções carnais. Este também é um dos motivos porque Jesus recomenda: "Não julgueis". Em essência, o juízo pertence a Deus, o único Onisciente. Todo juízo humano é temerário, porque não sabemos tudo, por mais bem informados que estejamos. Somente o Senhor sonda os corações. 
Por isso mesmo é que o Senhor Jesus disse que o Pai havia entregue a ele todo o Juízo (João 5:22) e de que modo o recebera? Quando João viu o Espírito Santo como pomba (re)pousar sobre Jesus estava vendo justamente o sinal da profecia de Isaías se cumprindo diante dos seus olhos. João ficou atemorizado e não queria batizar a Jesus. "Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu" (Mateus 3:15).
O cumprimento da Justiça é um sinal do reino messiânico. O justo juízo, com "retidão" e "fidelidade", somente será cumprido quando o Reino de Deus for estabelecido de forma definitiva. Mas esse Reino que não terá fim já começou no seio da Igreja, pelo ministério do Espírito. E neste sentido, entendamos, "não vem o reino de Deus com visível aparência. [...] Porque o reino de Deus está dentro de vós." (Lucas 17:20,21).
"E Jesus terminou, dizendo: — Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam" (Marcos 4:9 - NTLH). "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" (Apocalipse 2:29; 3:6,13,22).

terça-feira, 1 de outubro de 2013

LIVRA-NOS DO MAL

"E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal" (Mateus 6:13). Por que será que Jesus nos ensinou a orar assim? Uma análise um pouco mais acurada da Bíblia nos revela que o mal subjaz à nossa existência. "De fato, tenho sido mau desde que nasci; tenho sido pecador desde o dia em que fui concebido" (Salmos 51:5 - NTLH). A vida cristã, portanto, é uma luta contínua contra esse mal que teima em nos fazer desviar da rota, que nos afasta do alvo e que busca incessantemente nos corromper. Todo ser humano sem a luz da Palavra de Deus acaba se perdendo. É por isso que Jesus "dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me" (Lucas 9:23). Vencer a si mesmo nesta batalha é o grande desafio, renunciar ao pecado e "não ter cuidado da carne" (Romanos 13:14). Mas, nesse paradoxo, é a consciência da nossa fraqueza que nos abre a porta da graça: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9a).